A porta estava aberta, e toda a sala estava mergulhada na tristeza que se apoderara totalmente. A felicidade foi entrando sem pedir licença, sem eu chamar. Ela foi entrando caminhando cuidadosamente como se não quisesse despertar eu daquela infelicidade.
Aí ela sentou junto de mim sem dizer palavra. Não retirando os olhos do infinito que eu focara, perguntei-lhe numa voz assombrada de frieza:
- Decidiu voltar?
Ela não me respondeu. Mal educada. Mas eu continuei:
- Voltou para quê? Para daqui a segundos se ir novamente? Para me iludir e depois me abandonar novamente? Se não for para ficar para sempre, pode sair.
Aí ela levantou, e meus olhos aguados de obscuridade, largaram finalmente o infinito obscuro que aos prenderam. Ela parou em frente à porta e disse:
- Eu nunca vou ficar para sempre. A vida é assim, quando você saber encara-la você me procura.